QUEM MANDOU MATAR AMÍLCAR CABRAL?


Amílcar Cabral foi assassinado a tiro, à porta da sua residência na Guiné-Conacri, na noite de 20 de Janeiro de 1973. Sabe-se que é líder do PAIGC e principal dirigente dos movimentos de libertação das colónias portuguesas foi morto por um companheiro de luta, fuzilado dias depois, juntamente com quase uma centena de conspiradores. O que nunca se soube foi quem verdadeiramente o mandou matar, quem, na sombra, preparou e organizou o crime e tentou um golpe de estado no interior do partido. Terá sido uma facção guineense e negra, que não aceitava a liderança dos cabo-verdianos e mestiços? Qual o papel do despótico presidente da República da Guiné, Sekou Touré, que não suportava a projecção internacional de Cabral e a sua ligação à cultura portuguesa? E da PIDE/DGS, que pusera a sua cabeça a prémio, que se infiltrara na direcção do PAIGC e que tudo fizera para eliminar o principal inimigo do regime? Enfim, será que os militares portugueses estiveram de todo alheados desta trama, eles que, anos antes, comandados por Spínola, não haviam hesitado em invadir Conacri?
O livro que constitui o desenvolvimento de uma reportagem publicada no “Expresso” em 1993 procura desvendar todos estes enigmas, a partir de uma investigação feita em Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Senegal e República da Guiné, de uma centena de entrevistas e da consulta inédita aos arquivos da PIDE/DGS e do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Um contributo para desvendar um crime que permanece misterioso. Uma homenagem a uma figura grande da História contemporânea de África, comparável a Nelson Mandela.

Autor: José Pedro Castanheira

Editor: Relógio d’Água
Ano de edição: 1999 (3ª)

(fonte: BMLx – Palácio Galveias)

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