FAMINTOS


Carta:
Irmão

Que as cenas que vais ler neste livro retenham tua sensibilidade, como tão profundamente se estamparam no meu íntimo.

Que nelas encontres o teu drama - o drama de nós todos - e, te confortes, porque UM - SONHO - ESPERANÇA - é o ideal de tantos outros que alimentamos.

Que nestas objectivas vejas "casos" que ficaram desfeitos pela mentira de uma verdade e compreendas o pranto deste Negro-de-Lábios-Grossos como hino de amizade.

... nascidos na humildade da sua espécie os Sem-Nome baquearam na treva horrível.

Ligados pela mesma desdita, seus nomes fundem-se no silêncio que ainda fala por eles.

Autor: Luís Romano

Editor: Ulmeiro
Ano de edição: 1983

(fonte: BMBarreiro)

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