MÚSICA CABOVERDEANA


Mornas para Piano
de Jorge Fernandes Monteiro
(Jòtamont)

O presente caderno de MORNAS (música e letra) é o primeiro de uma série que Jorge Monteiro pretende publicar com o generoso patrocínio da ENACOL (Empresa Nacional de Combustíveis) à semelhança do que vem acontecendo em todos os países onde as empresas mais dinâmicas e, consequentemente, mais florescentes, se orgulham se seguir o exemplo de Mecenas, o mais célebre protector das Artes e das Letras na antiga Roma.
Às primeiras trinta, todas da autoria de Jorge Monteiro (música e letra) seguir-se-ão três cadernos com MORNAS, respectivamente, de Eugénio Tavares, Francisco Xavier da Cruz (B.Léza) e diversos, contando-se entre estes Luís Rendall, Jacinto Estrela, Jack de Carmo, Lela de Maninha, Olavo Bilac e outros mais.
Para não encarecer a edição a música do primeiro caderno é para piano, enquanto que, nos restantes se limita à melodia, mas com a promessa de uma segunda edição com música para piano, do ou dos cadernos que se esgotarem mais rapidamente, visto que o produto da venda respectiva fica reservado para esse fim.
Note-se que o projecto é mais ambicioso, porque Jorge Monteiro tem as gavetas cheias de músicas caboverdeanas, uma boa parte da sua autoria, acumuladas ao longo da sua carreira profissional, iniciada aos 14 anos de idade, com tanto entusiasmo que desde logo passou a ser chamado Jorge Cornetim, como aliás continua sendo (familiarmente) mesmo depois de ter sido nomeado para exercer o cargo de Professor de Canto Coral do Liceu ou de Regente da Banda Municipal, tanto no Mindelo como na Praia.
O facto de ainda estar regendo a Banda do Mindelo (com ordenado simbólico) apesar dos seus setenta e quatro anos bem contados, é prova evidente de que se entrega de alma e coração à menina dos seus olhos, desinteressadamente.
Da sua competência profissional falam eloquentemente não só o seu currículo, como também as palavras de apreço que lhe dirigiu o Sr. João Duarte Sarrado, Distinto Presidente e Maestro das Bandas de Belo Horizonte, Sabará e Caèté, no Brasil, em carta de 19 de Abril de 1984, depois de ter tido oportunidade de apreciar os seus conhecimentos da Arte Musical, a sua "capacidade para dirigir qualquer tipo de organização musical e ainda a facilidade com que compõe, instrumenta e escreve sem o uso de qualquer tipo de instrumento".
Confessando-se 2grato pela colaboração eficiente que nos deu, ensinando-nos como deve reger uma Banda de Música… esperamos um dia poder cantar a alegria do seu retorno a Minas-Gerais, Belo Horizonte, onde estaremos de braços abertos para o receber".
Escusado acrescentar que Jorge Monteiro é caboverdeano e nasceu na Ilha de São Vicente, porque as Mornas já o dizem. São todas de bom nível artístico, de um lirismo caboverdeano bem vincado, e a prova disso é que muitas delas estão gravadas em disco e cassete.
Félix Monteiro

Autor: Jòtamont

Ano de edição: 1987
Patrocínio: ENACOL

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