MÚSICAS DE CABO VERDE


Mornas de Eugénio Tavares

Sob pretexto que o fio melódico de algumas mornas de Eugénio Tavares vem sendo adulterado ao longo dos anos, havendo casos até em que também é alterado, mais ou menos inconscientemente, a articulação do ritmo musical com o dos versos respectivos, Jorge Monteiro não inclui neste caderno mais do que vinte mornas, deixando para melhor oportunidade as que se lhe afiguram susceptíveis de recuperação (música e letra) com o concurso de músicos e cantores mais próximos de contemporâneos de Eugénio.
Do seu confronto com o livro Mornas – Cantigas Crioulas organizado e prefaciado por Eugénio pouco antes de morrer (1930) se verifica que não é coincidente a ordem seguida, sendo de se presumir que, no referido livro, o autor logicamente terá seguido a ordem cronológica, talvez com uma excepção, na hipótese de a Morna “Bidjiça” ter algo de autobiográfico, isto é, ter surgido quando o autor começava a envelhecer. A dedicatória de “Ná, ó menino ná” ao que parece nada tem a ver com a antiguidade dessa morna, cuja letra é estranha ao trágico acontecimento indirectamente invocado.
Por outro lado figuram neste caderno algumas mornas com letra em português e que não constam da primeira edição do citado livro, pela simples razão de este ser de “cantigas crioulas”.
Félix Monteiro

Transcritas por Jòtamont

Ano de edição: 1987
Patrocínio: ENACOL

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