EMANUEL CHARLES D’OLIVEIRA nasceu na cidade capital do Senegal, situada na quase ilha do Cabo Verde, cabo que era e ainda é verde, contrariamente às ilhas a que deu o nome que de verde só o nome têm ou que só o são quando chove.
Nela porém, apenas fez o ensino primário, tendo feito a escola secundária na Praia e os estudos superiores nas cidades de Moscovo e Porto. Na primeira, licenciou-se em Cultura Física e Desporto, tendo ainda obtido um mestrado em Ciências Pedagógicas, nessa mesma grande cidade capital da Rússia. Na segunda, obteve também um mestrado em Ciência do Desporto.
No entanto, a sua costela inquieta ou os seus propósitos e ambições profissionais levaram-no a também frequentar cursos de mergulho comercial e recreativo nos EUA, com percurso pela Florida, New Jersey e Massachusetts, detalhe biográfico que faz sentido para quem, como ele, já se formara em Moscovo, como treinador de natação. Em Cabo Verde, dirigiu o Departamento do Desporto da AAC-CV, foi professor de Educação Física, Director Geral do Desporto, fiscal do Governo no projecto de pesquisa arqueológica “Arqueonautas”, exercendo, de novo, na hora presente, a profissão de professor de Educação Física.
Activista desportivo, tem por hábito e gosto envolver-se em projectos da área em que se formou, com gosto acentuado pelo mergulho e actividades marítimas, conexas.
Falta dizer, e é por aqui que devia ter começado esta notícia biográfica, que nasceu no ano de graça de mil novecentos e cinquenta e oito, estando pois na faixa etária pós-balzaquiana dos que ainda não atingiram meio século de idade.
Espírito curioso, indagativo e rigoroso, pendor natural e/ou adquirido que se manifestou com pertinência enquanto fiscal do Governo, como tive a ocasião de constatar na qualidade de presidente do INAC, organismo estatal responsável pelo património cultural, Emanuel T. Charles estava quase fadado, após a sua passagem por “Arqueonautas”, a escrever esta obra pioneira e rica de interesse histórico-cultural, como se pode constatar, mesmo numa leitura em diagonal, não obstante as suas experiências profissionais básicas não se situarem nas áreas da história ou das letras, sendo talvez esta uma das razões que explicam o estilo tão particular desta historia trágico-marítima, numa língua enxuta, informativa e reduzida ao essencial e que, sem flores de retórica nem arabescos exóticos consegue no entanto transmitir com vivido colorido os ambientes, as peripécias e os dramas por que passaram os actores destas aventuras pelos mares que percorreram sendo o das ilhas de Cabo Verde o do seu derradeiro e funesto término.
Mário A. Fonseca
Autor: Emanuel Charles D’Oliveira
Prefácio: António Correia e Silva
Patrocínio: CAIXA ECONOMICA DE CABO VERDE
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