Um dos melhores romances da literatura cabo-verdiana. Descrevendo Cabo Verde dos anos 30, o seu interesse resulta não somente do facto de estar apoiado numa realidade que até esta altura tinha sido deixada de lado pelos escritores do arquipélago, mas sobretudo da demanda da personalidade cultural do povo de Cabo Verde. Chiquinho é também uma forte denúncia: do abandono a que foram votadas as pessoas de Cabo Verde. As secas destruíam colheitas, a fome estendia as suas garras sobre uma população indefesa e desesperada. No entanto, as personagens desta história alimentam um sonho, uma esperança, todos poderiam ser outra pessoa que não são, se ao menos a terra não fosse madrasta. É aqui que entra o mar, a miragem da América, os baleeiros para correr sete mundos, o futuro prometido para lá da fome, das secas e do sofrimento. Chiquinho é o fio condutor por onde passam todas estas personagens. É através das tribulações deste jovem, de origem modesta, mas livre num mundo desconhecido, que Baltasar Lopes se impõe como um dos principais fundadores da literatura cabo-verdiana.
BALTASAR LOPES (1907-1990) foi um homem de grande e multifacetado talento, sendo pedagogo, filólogo, advogado e escritor. Foi um dos fundadores da revista Claridade, iniciada em 1936 e que operou uma grande viragem na literatura cabo-verdiana.Tendo regressado a S. Vicente aceitou um lugar de professor no Liceu Gil Eanes, onde leccionou durante vários anos. Baltasar Lopes deixou uma marca indelével do seu saber e da sua personalidade em gerações e gerações de estudantes e leitores que unanimemente o elegem como um marco da literatura universal.
Autor: Baltasar Lopes
Editor: Editora Vega
Colecção: Obras Completas de Baltasar Lopes
Ano de edição: 2006
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