Impressionado vivamente com o drama da estiagem que, volta e meia, assola as nossas ilhas, sobretudo as mais agrícolas, e, particularmente, S. Nicolau, talvez a mais sofrida do Arquipélago, o autor, como tantos outros, não resistiu à tentação de contar, muito a seu jeito, um dos aspectos dessa tragédia humana.
Com efeito, Martinho de Mello Andrade, numa linguagem peculiar, procura transmitir-nos a forma como sente os problemas de uma família pobre, que a seca tortura ainda mais, numa atroz miséria material, com todas as consequências decorrentes.
As narrações, os diálogos, os episódios, uns após outros, sucedem-se, numa sequência, de factos que nos dão uma ideia do que sejam os tormentos quotidianos não só dessa família, tomada como paradigma, mas de muitas outras, que a falta de chuvas acarreta em Cabo Verde.
Da pobreza discreta à pobreza envergonhada e até à extrema miséria, essa família enfrenta situações adversas, sem contudo, perder a vontade indómita de superar as maiores dificuldades, não fosse o caboverdeano modelo exemplar do estoicismo humano, em especial contra as calamidades naturais, que vão desde a estiagem prolongada e ininterrupta até às cheias que tudo levam: casebres, plantações, solos aráveis, gado, crianças e até pessoas. Daí a morna: se a chuva não vem, morre-se de sede; se ela vem, morre-se afogado. Um autêntico dilema esse do caboverdeano rural, que, por isso, e bastas vezes, só encontra alternativa na emigração, mesmo para terras donde regressa mais miserável, mais adoentado, mais acossado, como S. Tomé.
Daniel Bacelar
MARTINHO DE MELLO ANDRADE, nasceu no campinho, na ilha de S. Nicolau, em 12 de Novembro de 1933.
Escreve em caboverdeano e a sua obra encontra-se dispersa em: Presença Caboverdeana; Tchuba com ilustrações de Frank Barbosa; Revista Fraternidade, em Portugal; A Razão; Terra Nova e Voz di Povo e está presente no livro Contravento – Antologia bilingue de poesia Caboverdiana.
Tem a publicar Contos Populares em idioma caboverdiano.
É autodidacta e usa o pseudónimo de Marmellande.
Autor: Martinho de Mello Andrade
Capa: Mário Pires
Editor: Autor
Ano de edição: 1984
Com efeito, Martinho de Mello Andrade, numa linguagem peculiar, procura transmitir-nos a forma como sente os problemas de uma família pobre, que a seca tortura ainda mais, numa atroz miséria material, com todas as consequências decorrentes.
As narrações, os diálogos, os episódios, uns após outros, sucedem-se, numa sequência, de factos que nos dão uma ideia do que sejam os tormentos quotidianos não só dessa família, tomada como paradigma, mas de muitas outras, que a falta de chuvas acarreta em Cabo Verde.
Da pobreza discreta à pobreza envergonhada e até à extrema miséria, essa família enfrenta situações adversas, sem contudo, perder a vontade indómita de superar as maiores dificuldades, não fosse o caboverdeano modelo exemplar do estoicismo humano, em especial contra as calamidades naturais, que vão desde a estiagem prolongada e ininterrupta até às cheias que tudo levam: casebres, plantações, solos aráveis, gado, crianças e até pessoas. Daí a morna: se a chuva não vem, morre-se de sede; se ela vem, morre-se afogado. Um autêntico dilema esse do caboverdeano rural, que, por isso, e bastas vezes, só encontra alternativa na emigração, mesmo para terras donde regressa mais miserável, mais adoentado, mais acossado, como S. Tomé.
Daniel Bacelar
MARTINHO DE MELLO ANDRADE, nasceu no campinho, na ilha de S. Nicolau, em 12 de Novembro de 1933.
Escreve em caboverdeano e a sua obra encontra-se dispersa em: Presença Caboverdeana; Tchuba com ilustrações de Frank Barbosa; Revista Fraternidade, em Portugal; A Razão; Terra Nova e Voz di Povo e está presente no livro Contravento – Antologia bilingue de poesia Caboverdiana.
Tem a publicar Contos Populares em idioma caboverdiano.
É autodidacta e usa o pseudónimo de Marmellande.
Autor: Martinho de Mello Andrade
Capa: Mário Pires
Editor: Autor
Ano de edição: 1984
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