VINTI SINTIDU LETRÁDU NA KRIOLU


Son di Nôs Eransa
Son di Ravoluçôn


A produção literária de C. Barbosa, que ora vem a lume, é, em grande parte, como que um arranjo poético daquilo que, habitualmente, se dá o nome de “Sabedoria Popular”. A forma, o ritmo e, por vezes mesmo, o conteúdo lembra-nos algo: qualquer coisa que já tivemos oportunidade de viver, de ouvir, de sentir – e por que não? – de apreciar também.
A pena de autor tem o mérito de, ao escrever, fazer história e sociologia ao mesmo tempo. Em determinados poemas, a forma e o ritmo quase que se confundem com a estética da nossa tradição oral. O tema, porém, retrata o quotidiano do nosso povo, num permanente devir. Há o ontem, mas também há o hoje e o amanhã.
Um aspecto importante que é mister frizar-se, na obra poética de C. Barbosa, é a arte de ter imprimido um adequado equilíbrio na própria dialéctica existente entre o moderno e o intelectual. O devido enquadramento das partes não só elimina os antagonismos, como ainda estabelece um entendimento necessário entre dois aspectos de uma mesma cultura.
Manuel Veiga

CARLOS Alberto Lopes BARBOSA, (KAKÁ BARBOSA, de seu "nome em casa") nasceu a 1 de Maio de 1947 na cidade do Mindelo, S. Vicente, tendo vivido toda a sua infância e juventude na Vila de Assomada – Ilha de Santiago onde seus pais se radicaram como comerciantes.
O meio rural santiaguense viria a influenciá-lo, marcando profundamente a sua personalidade.
Foi assalariado do colonial-funcionalismo, cumpriu o serviço militar e, mais tarde, ingressou como empregado de escritório numa firma comercial em S. Vicente.
Em 1971 emigrou, tendo regressado em 1972 à sua terra natal para não mais se ausentar, voltando a exercer a sua anterior profissão de empregado de escritório em Mindelo até 1975, data que passou a desempenhar funções sindicais.
Cedo descobriu a sua vocação artística, iniciando-se no violão com a idade de 14 anos.
Os seus primeiros tentames em verso datam de 1968.
É de uma família de músicos e tem várias composições musicais inéditas e algumas já gravadas em disco.
Esta é a sua estreia poética e os poemas vêm escritos em cabo-verdiano, em cujo futuro literário aposta.
Pensa organizar para publicação, um caderno com todas as suas composições musicais.

Autor: Kaká Barbosa
Capa: Dipala

Editor: Instituto Kabuverdianu di Livru
Ano de edição: 1984

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