Os grandes romances, quando complicados no seu entrecho, são simples leitura e de uma atracção profunda para qualquer leitor. E isso pelo singelo motivo de não mentirem, de não mistificarem a realidade, de serem feitos de terra, de sentimentos, de palavras de todos os dias, seja um nome, um número de porta, as meras sílabas de uma recordação.
Recaída, de António Aurélio Gonçalves (escritor cabo-verdiano já falecido), é um título notabilíssimo de ficção – e tão bem contado que para sempre se imiscui na nossa atenção, aperfeiçoando inclusive os sentimentos de que todos nós somos feitos. Não se trata de um livro moralista, com o propósito de nos dar uma lição que nos afaste, de maneira simplista, dos ínvios caminhos da vida. Não: é um escrito exemplar que coloca o homem nu perante as mil facetas da realidade. Numa palavra: um romance de amor (alto, dorido, de experiência feito) que, no âmbito psicológico em que se desenvolve, se nos apresenta como obra-prima para enriquecimento perene da nossa Literatura.
Tão segura é a sua estrutura que o leitor não será afectado se lhe dissermos alguma coisa sobre o entrecho: um homem casado, habituado à sua casa, encontra um dia uma antiga namorada… - Ora que fazer? Mais não se deve adiantar – e acentuar somente que toda a acção (rica de personagens, paisagem, cogitações) circula em torno (e com que subtileza!) daquela interrogação, a mais implacável a que um ser humano tem de responder na brevidade da vida. Só isto, mais nada, tudo tão simples como olhar as mãos e ter de optar por uma delas.
ANTÓNIO AURÉLIO GONÇALVES, um dos nomes da revista Claridade (1936/1937), órgão de um movimento literário cabo-verdiano que se tornou ponto de referência irreversível no panorama da Literatura local. O autor escreveu ainda uma série de outras novelas, naturalistas e realistas, demonstrando de feição insofismável o que aprendera (sem os imitar) em Balzac, Dostoievski e Tchecov.
Autor: António Aurélio Gonçalves
Editor: Vega e Instituto Caboverdiano do Livro
Colecção: Palavra Africana
Ano de edição: 1993
Recaída, de António Aurélio Gonçalves (escritor cabo-verdiano já falecido), é um título notabilíssimo de ficção – e tão bem contado que para sempre se imiscui na nossa atenção, aperfeiçoando inclusive os sentimentos de que todos nós somos feitos. Não se trata de um livro moralista, com o propósito de nos dar uma lição que nos afaste, de maneira simplista, dos ínvios caminhos da vida. Não: é um escrito exemplar que coloca o homem nu perante as mil facetas da realidade. Numa palavra: um romance de amor (alto, dorido, de experiência feito) que, no âmbito psicológico em que se desenvolve, se nos apresenta como obra-prima para enriquecimento perene da nossa Literatura.
Tão segura é a sua estrutura que o leitor não será afectado se lhe dissermos alguma coisa sobre o entrecho: um homem casado, habituado à sua casa, encontra um dia uma antiga namorada… - Ora que fazer? Mais não se deve adiantar – e acentuar somente que toda a acção (rica de personagens, paisagem, cogitações) circula em torno (e com que subtileza!) daquela interrogação, a mais implacável a que um ser humano tem de responder na brevidade da vida. Só isto, mais nada, tudo tão simples como olhar as mãos e ter de optar por uma delas.
ANTÓNIO AURÉLIO GONÇALVES, um dos nomes da revista Claridade (1936/1937), órgão de um movimento literário cabo-verdiano que se tornou ponto de referência irreversível no panorama da Literatura local. O autor escreveu ainda uma série de outras novelas, naturalistas e realistas, demonstrando de feição insofismável o que aprendera (sem os imitar) em Balzac, Dostoievski e Tchecov.
Autor: António Aurélio Gonçalves
Editor: Vega e Instituto Caboverdiano do Livro
Colecção: Palavra Africana
Ano de edição: 1993
Patrocínio: UCCLA
(fonte: BMOeiras)
(fonte: BMOeiras)
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