A PRETA FERNANDA


Recordações de uma Colonial

As memórias de Fernanda do Vale, nascida Andrêsa do Nascimento, cabo-verdeana que foi uma das mais conhecidas cocottes lisboetas dos finais do século passado e do princípio deste, são também um magnífico retrato da Lisboa elegante, galante e boémia da época. Janotas e rufias, fidalgos e toureiros, actrizes célebres e raparigas de vida airada, elegantes do Chiado, encontram-se nos bailes, nos teatros, em ceias pantagruélicas e verdadeiras orgias nos mais conhecidos salões ou casas de passe da época. Tudo isso nos é descrito num tom colorido e vivo, ingénuo ou mordaz, pela pena de quem conheceu bem essa vida por dentro e foi uma das suas mais conhecidas e exóticas protagonistas.
Fernanda do Vale, já quase retirada, aos 58 anos, foi, ainda assim, em 1917, a única mulher que por ocasião da Conferência-Manifesto Futurista de Almada Negreiros não abandonou a a sala quando foi anunciado o Manifesto Futurista da Luxúria.

Autora: Fernanda do Vale

Editor: Edições Teorema
Ano de edição: 1994

(fonte: BLx – Penha de França)

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