A Escrituras Editora, dentro da Colecção Ponte Velha, edição apoiada pelo Ministério da Cultura de Portugal e pela Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB), publica Lisbon Blues, de José Luiz Tavares, organizado por Floriano Martins e ilustrações de Fernando Pacheco.
Este livro reúne dois títulos de José Luiz Tavares e o posfácio apresenta ensaio de José Luís Hopffer C. Almada (Cabo Verde, 1960), poeta e editor, já com destacada presença no meio editorial de seu país.
No poeta José Luiz Tavares, como em poucos poetas contemporâneos de língua portuguesa, é flagrante a irrupção de novos paradigmas mediante o primacial recurso à reinvenção da linguagem.
O já relativamente longo percurso literário de Tavares tem o seu ponto de partida no Liceu Domingos Ramos da Praia, onde co-fundou e dirigiu a folha juvenil Aurora (de iniciação às lides literárias), no já longínquo ano de 1987. Então “aprendiz de poeta e de ficcionista”, embebido de insaciável curiosidade intelectual e em pleno processo de maturação criativa, Tavares foi frequentador regular das tertúlias literárias que, por essa altura, pululavam entre os jovens revelados dos anos oitenta na cidade da Praia.
Apaixonado cultor de poesia, insaciável na busca do novo na linguagem e na perscrutação do insondável para além do real quotidiano, municiado com os conhecimentos da técnica do verso, da tradição poética e da poesia contemporânea lusógrafas, da teoria da literatura e da filosofia que a formação universitária e um trabalho quotidiano, persistente, as leituras, múltiplas e transpirantes, José Luiz Tavares propôs-se ser um partícipe activo e fecundo na invenção de um dizer novo, não só na poesia cabo-verdiana, como também em toda a poesia de língua portuguesa.
JOSÉ LUIZ TAVARES nasceu em Cabo Verde, em 10 de Junho de 1967, mas reside em Portugal, onde estudou Literatura e Filosofia e onde escreve poesia. Com o livro Paraíso Apagado por um Trovão conquistou o prestigiado Prémio Mário António – poesia 2004, da Fundação Calouste Gulbenkian, juntamente com a poeta angolana Ana Tavares. Tendo como grande referência o brasileiro João Cabral de Melo Neto, um dos grandes poetas da Língua Portuguesa, José Luís Tavares confessa que trata a escrita com o rigor matemático, como uma arte cujo produto acabado depende de apetrechos técnicos. "Não se trata apenas de inspiração, sonho ou do estado de espírito, mas também de habilidades que se desenvolve com a prática", frisa o poeta comparando a arte da escrita com a arte de pintar ou de esculpir. "As palavras são meus instrumentos de trabalho para pintar ou esculpir o meu pensamento através de parâmetros técnicos, com recurso à teoria e à metodologia", sublinhou.
A Colecção Ponte Velha foi criada por Carlos Nejar (Brasil), poeta, ficcionista, crítico e membro da Academia Brasileira de Letras, e pelo poeta António Osório (Portugal).
Autor: José Luiz Tavares
Editor: Escrituras Editora
Colecção: Ponte Velha
Ano de edição: 2009
(fonte: Escrituras editora)