DA MESTIÇAGEM À CABOVERDIANIDADE


Registos de uma sociocultura

Nenhum dos grupos intervenientes na formação do povo caboverdiano, tanto o europeu como o africano, podia apresentar uma cultura enraizada no terreno. De igual modo, nenhum dos dois grupos, em razão das condições adversas sócio-económico-alimentares, podia sobreviver independentemente do outro. (…) Colocados frente a frente, olhando-se através das barreiras do racismo, os escravos ou antigos escravos e os senhores da escravatura tiveram que se entender, conforme puderam. Surgiria a mestiçagem, a «convivência», uma comunidade de tolerância (…). Dessa convivência nasceria um sentido de lealdade (…) Desse sentimento de lealdade, aliado a uma cultura partilhada na língua, na música, nos costumes, na expressão literária, eclodiria uma nova identidade – a caboverdianidade.

Autor: Luís Manuel de Sousa Peixeira

Editor: Edições Colibri
Colecção: Literatura Africana
Ano de edição: 2003

BALTASAR LOPES DA SILVA E A MÚSICA


"Ora bem, da sua faceta de amante da música, sabe-se que Baltasar Lopes tocava alguns instrumentos de corda com destaque para o violino. Igualmente na sua abrangente e profunda actividade de escrita e ensaística, não raro, Baltasar Lopes traz a música implicada no seu texto, ora de forma explícita, ora disseminada entre concepções que ele formulou e nas quais acreditou estarem conformadas às características artísticas que identificam o cabo-verdiano."
In "Baltasar Lopes da Silva e a Música"

Autora: Ondina Ferreira

Editor: Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro, Praia
Colecção: Artes e Letras
Ano de edição: 2006

(fonte: Carlota de Barros)

O SISTEMA PRONOMINAL CABOVERDIANO (variante de Santiago)


Questões Gramaticais

«O primeiro objectivo desta dissertação foi o de descrever o Sistema Pronominal do crioulo de Cabo Verde, variante de Santiago, no âmbito do quadro teórico da Gramática Generativa. Ao longo de um ano e meio de investigação teórica e de trabalho de campo fui, no entanto, encontrando razões para acreditar que esse primeiro objectivo desaguava num outro, mais vasto e eventualmente mais controverso: o de mostrar que não há evidência empírica para considerar os crioulos línguas menos (nem mais) ricas e elaboradas, do ponto de vista lexical e estrutural, do que as restantes línguas naturais». (Da Introdução).

Autor: Fernanda Pratas

Editor: Edições Colibri
Colecção: Estudos (Universidade Nova de Lisboa)
Ano de edição: 2004

(fonte:Edições Colibri)

PRECES E SÚPLICAS OU OS CÂNTICOS DA DESESPERANÇA


A poesia de Vera Duarte não tece loas ao sucesso, ao consumo, ícones do mercado, onde as próprias pessoas se transformam em mercadorias e, na maioria das vezes, simulacros de produtos originais. Sua poiesis dá as costas a esse tipo de progresso, buscando exorcizar a barbárie através de intenso exercício de captação de lembranças recônditas do outrora.
Carme Lúcia Tindó Secco

Se tivermos em mente que, ontologicamente, a comunicação tem por fim a participação do receptor na relação existencial que o discurso institui, poderemos afirmar que Vera Duarte comunica com os seus leitores em pleno. Assim sendo, ao escrever, Vera enuncia-se e faz, ao mesmo tempo, que o leitor se enuncie também, ecoando as experiências vividas e ou sonhadas/ imaginadas, tornando possível entrar em holística comunhão, não só com a poetisa, mas também, tal como enunciou na saudação à poesia, já por nós referida atrás, com a beleza grandiosa / De povos, raças e credos.
Estela Pinto Ribeiro Lamas

Autora: Vera Duarte

Editor: Instituto Piaget Editora
Colecção: Poética e Razão imaginante
Ano de edição: 2005

CABO VERDE - LITERATURA EM CHÃO DE CULTURA


Desde o seu mestrado sobre Cabo Verde na obra do poeta Daniel Filipe, iniciado em 1976, Simone Caputo Gomes tem se dedicado à pesquisa sistemática e intensa a respeito da cultura e da literatura daquela jovem nação africana. Neste volume, reúne um conjunto de estudos que ganham unidade em torno de temas fundamentais da cultura do arquipélago: o milho, o batuque e o vulcão, através dos quais considera a sobrevivência, a música e a terra nas suas formas de representação literária. Além disso, noticia, apresenta e introduz o seu leitor nas mais recentes produções literárias daquele país, descortinando-nos um panorama bem mais amplo do que aquele a que os estudos brasileiros das Literaturas Africanas de Língua Portuguesa se conformaram. A autora abre-nos outros campos de reflexão, já que avança para bem além dos tempos de formação da literatura de identidade cabo-verdiana e de suas relações com a literatura brasileira do século XX. – Mário César Lugarinho.

SIMONE CAPUTO GOMES é Professora Doutora de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da FFLCH-USP. Dedica mais de trinta anos de pesquisa à Literatura e Cultura de Cabo Verde, tendo defendido sua dissertação de Mestrado (Uma Recuperação de Raiz: Cabo Verde na Obra de Daniel Filipe) em 1979, provavelmente a primeira tese/dissertação acadêmica defendida na história da área de Literaturas Africanas e a primeira de Estudos Cabo-verdianos.

Autor: Simone Caputo Gomes

Editor: Ateliê Editorial; Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro de Cabo Verde; UNEMAT
Colecção: Estudos Literários 28
Ano de edição: 2008

GÉNERO E MIGRAÇÕES CABO-VERDIANAS


Nesta colectânea, o eixo que sustenta o género como categoria de analise das migrações cabo-verdianas a desdobrado nas suas implicações políticas, sociais, económicas, psicológicas e históricas, e é considerado uma pedra fundamental nos estudos sobre a migração e a sociedade cabo-verdiana. A inserção da problemática do género no estudo desta migração constitui um elemento importante na compreensão das lutas simbólicas que os diferentes participantes da experiência migratória empreendem para estabelecer o monopólio do tipo de capital que o campo migratório produz. Ao referirem as experiências específicas de homens e mulheres migrantes, e os reflexos da sua migração, os autores analisam aspectos importantes das dinâmicas que marcam as suas posições sociais no tempo e no espaço. Este ultimo a considerado um lugar complexo que reflecte os percursos migratórios, quer nos países de destino dos migrantes, quer em Cabo Verde, país de origem.

MARZIA GRASSI, Economista do desenvolvimento. Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

IOLANDA ÉVORA, Psicóloga social. Centro de Estudos sobre Africa e do Desenvolvimento do Instituto Superior de Economia e Gestão, Universidade Técnica de Lisboa.

Autoras: Marzia Grassi; Iolanda Évora (organizadoras)

Editor: Imprensa de Ciências Sociais
Colecção: Estudos e Investigações
Ano de edição: 2007

CABO VERDE, TERRA D'SODADE


Conheço António Rodrigues desde os meus tempos como autarca à frente do Município de São Vicente. Nas deslocações dele a Santo Antão encontrávamo-nos muitas vezes e trocávamos impressões sobre a vida municipal em Portugal e em Cabo Verde. Foi assim que acabei por nele descobrir não só um político informado, dedicado de corpo e alma às populações que o tinham eleito, como também um amigo das gentes e das causas do Concelho da Ribeira Grande, o Município Santantonense com o qual a Câmara Municipal de Torres Novas, sob a sua Presidência, estava em vias de dar forma e conteúdo a uma germinação que se revelaria progressivamente rica de simbolismos e de cumplicidades histórico-culturais.
É sobre essa germinação que trata este simbólico estudo da autoria de António Rodrigues. Enfatizo bem simbiótico porque se trata, na verdade, de um equilíbrio saudável entre a inteligência e a afectividade.
...
Onésimo Silveira, Embaixador de Cabo Verde em Portugal

Autor: António Rodrigues

Editor: Autor
Ano de edição: 2003

(Para consulta: Bibliotecas Municipais de Lisboa – Palácio Galveias)

CHIQUINHO


Um dos melhores romances da literatura cabo-verdiana. Descrevendo Cabo Verde dos anos 30, o seu interesse resulta não somente do facto de estar apoiado numa realidade que até esta altura tinha sido deixada de lado pelos escritores do arquipélago, mas sobretudo da demanda da personalidade cultural do povo de Cabo Verde. Chiquinho é também uma forte denúncia: do abandono a que foram votadas as pessoas de Cabo Verde. As secas destruíam colheitas, a fome estendia as suas garras sobre uma população indefesa e desesperada. No entanto, as personagens desta história alimentam um sonho, uma esperança, todos poderiam ser outra pessoa que não são, se ao menos a terra não fosse madrasta. É aqui que entra o mar, a miragem da América, os baleeiros para correr sete mundos, o futuro prometido para lá da fome, das secas e do sofrimento. Chiquinho é o fio condutor por onde passam todas estas personagens. É através das tribulações deste jovem, de origem modesta, mas livre num mundo desconhecido, que Baltasar Lopes se impõe como um dos principais fundadores da literatura cabo-verdiana.

BALTASAR LOPES (1907-1990) foi um homem de grande e multifacetado talento, sendo pedagogo, filólogo, advogado e escritor. Foi um dos fundadores da revista Claridade, iniciada em 1936 e que operou uma grande viragem na literatura cabo-verdiana.Tendo regressado a S. Vicente aceitou um lugar de professor no Liceu Gil Eanes, onde leccionou durante vários anos. Baltasar Lopes deixou uma marca indelével do seu saber e da sua personalidade em gerações e gerações de estudantes e leitores que unanimemente o elegem como um marco da literatura universal.

Autor: Baltasar Lopes

Editor: Editora Vega
Colecção: Obras Completas de Baltasar Lopes
Ano de edição: 2006

(fonte: Nova Vega)

CINCO BALAS CONTRA A AMÉRICA


As revoluções também são feitas de histórias de amizade

O Verão de 74 foi quente na ilha de São Vicente, em Cabo Verde. De Lisboa apenas chegavam rumores de golpe de Estado. Os combatentes pela independência continuavam nas matas da Guiné, o poder andava pelas ruas e a Revolução era uma festa sem fim. O primeiro comandante da guerrilha a desembarcar na cidade chegou disfarçado de emigrante. Gostava de copos e de mulheres e organizava sessões de vigilância contra a eventualidade de um ataque das forças imperialistas. Zapata, Bob, Aristóteles e Frederico foram enviados para a Praia de São Pedro para evitar um desembarque das tropas norte-americanas. Para se defender, receberam um revólver e cinco balas. Viveram então a noite mais longa das suas vidas: a noite em que perderam toda a inocência.

JORGE ARAÚJO nasceu na cidade do Mindelo, em Cabo Verde. Fez o curso de Comunicação Social e Teatro na Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica. Trabalhou nos jornais O Independente, Já e Correio da Manhã, bem como na TVI e BBC World Service. Venceu o Grande Prémio Gazeta do Clube de Jornalistas (1999) e foi galardoado com o Prémio AMI-Jornalismo contra a Indiferença (2003). Em 2000 publicou Timor, o Insuportável Ruído das Lágrimas. Actualmente é jornalista free-lancer. O Jorge e o Pedro conheceram-se em Díli, Timor-Leste, no Verão de 1999, e ficaram grandes amigos.Em 2003 publicaram o livro Comandante Hussi, vencedor do Prémio Gulbenkian, em 2005 publicaram Nem Tudo Começa Com Um Beijo e em 2006 Paralelo 75.

Autor: Jorge Araújo; Pedro Sousa Pereira

Editor: Oficina do Livro
Ano de edição: 2007

(fonte: Oficina do Livro)

GUIA DAS ILHAS DE CABO VERDE


As Ilhas de Cabo Verde são filhas dos trópicos da antiga Lusitânia Romana, católicas fervorosas, portuguesas pela língua oficial, pela arquitectura religiosa ou rural, também românicas pelo crioulo, do qual mais de 90% do vocabulário procede do português (...) são o modelo mais acabado da mestiçagem latino-africana. Os cabo-verdianos têm o seu destino entre as mãos e ajudam-se a si próprios: assim, o dever dos seus amigos, e sobretudo o dos portugueses, é também de os ajudar. Cada um pode contribuir, indo visitá-los para descobrir a sua personalidade e a sua cultura tão atraentes. Passe férias lusófonas e fraternas em Cabo Verde."
Philippe Rossillon - Ex-Secretário Geral da União Latina

O Guia das Ilhas de Cabo Verde é uma autêntica viagem por estas Terras de Contrastes, abordando as vertentes geográfica (clima, flora, fauna, fauna marinha), histórico-económica (descoberta e povoamento, evolução económica, acesso à independência e período pós-colonial) e terminando numa descrição do Cabo Verde de hoje (problemas actuais, evolução demográfica, emigração, situação económica e perspectivas do futuro). De igual forma, apresenta-nos às suas gentes através de uma descrição da sociedade cabo-verdiana (população, língua crioula, religião, costumes e tradições, literatura, música e gastronomia). O Guia termina com uma apresentação de cada ilha que se inicia com um mapa, passa pela descrição da ilha, percursos e locais a visitar, sua história e informações práticas para a visita de cada uma. Enriquecida com muitos planos, mapas e fotografias, fonte de informações de carácter geral, assim como de esclarecimentos concretos e exactos, esta obra é um excelente utensílio para a preparação de uma viagem e também um indispensável companheiro de caminho.

Autor: Pierre Sorgial

Editor: Lidel Edições

CONTOS, CRÓNICAS E REPORTAGENS


"Maria Helena Spencer percebeu e descreveu com realismo e frontalidade, as condições de vida, a miséria material e humana, a emigração, e as suas contingências, o falalismo, a tristeza, a alegria e a solidariedade. Afinal, tudo aquilo que foma a idiossincrasia do Homem cabo-verdiano."
in Nota Prévia de "Maria Helena Spencer...."

ONDINA Maria Fonseca Rodrigues FERREIRA que também usa o pseudónimo CAMILA MONT’ROND nasceu no mar a bordo do paquete português "Guiné" em viagem de Mindelo para Lisboa a 17 de Agosto de 1946.
Licenciada em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, é Mestre em Ciências De Educação pela Universidade de Massachusets ,USA.. Foi membro de Governo (1991-1996) e Deputada da Nação e 1ª Vice-Presidente da Assembleia Nacional (1996-2001).Colaboradora e co-fundadora de Revistas e de Boletins de Ensaio e Crítica literário-cultural cabo-verdianos, destacando-se entre co-fundação e colaboração: "Voz di Letra", "Fragmentos", "Pretextos", "Magna", "Cultura" da qual foi directora, "Arquipélago", "Artiletra", "Farol", "Revista África-Literatura, Arte e Cultura".Também é colaboradora com artigos de opinião nos Jornais "Terra nova" e "Expresso das Ilhas".
Publicou "Amor na Ilha e Outras Paragens” seguido de “Ponto de Partida e outros contos" (fixão) Ed.Artiletra 2001, "Maria Helena Spencer - Contos,Crónicas e Reportagens" - IBNL 2005 e "Baltasar Lopes da Silva e a Música".
É Professora de Língua portuguesa e de Literaturas Portuguesa e Cabo-Vediana no Instituto Superior de Educação e membro da Associação de Escritores Cabo-verdianos (AEC) exercendo as funções de Presidente da Assembleia-Geral.
Tem no prelo "Elas Contam..." Colectânea de contos.

Autora: Maria Helena Spencer
Coordenação e Selecção: Ondina Ferreira

Editor: Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro, Praia
Colecção: Documentos e reedições
Ano de edição: 2005

(fonte: Carlota de Barros)

A DONATÁRIA


O relato é a história de Francisca de Santa Maria do Pragal - também de alguns familiares e amigos seus -, que foi Donatária da ilha de São Tiago e que no ano de 1578 foi prometida em casamento a D. Gonçalo de Ataíde, capitão da cidade de Santiago, e que, chegada a esta cidade em 1582 - o primeiro e grande entreposto de escravos e ponto de paragem das naus das carreiras das Índias -, dela partiu para parte incerta em 1583.
Uma mulher traída. Um homem com uma crença. Outro, de vontade inabalável...sem olhar a meios. Também uma mulata possessiva, um escravo negro...e, outras gentes, e costumes.

É no final do século XVI - quando Filipe de Castela se torna Rei de Portugal -, no auge dos Descobrimentos.

Uma história ocorrida no Pragal, em Portugal, e na cidade de Santiago, dita Ribeira Grande, da ilha de São Tiago, das ilhas de Cabo Verde, nos anos de 1578 a 1583.

Autor: Sérgio Ferreira

Editor: Plátano Editora
Ano de edição: 2005

(fonte: Fnac
; Bibliotecas Municipais de Lisboa - Camões)

OS AVATARES DAS ILHAS


De início ao fecho, esta narrativa prende-nos pela notável capacidade do narrador em nos conduzir ao encontro com o inesperado, com o fenómeno da criação genesíaca - do homem, o inferno e o paraíso -, numa sucessão de tempos e magia, explorados até ao limite da fantasia, da ficção e da criação literária.
De linguagem acessível, Os Avatares das Ilhas, traz novas “cores” ao discurso ficcional cabo-verdiano, pela estrutura complexa do seu enredo, aliada à permanente criatividade de cenários, um exemplo de amadurecimento da Literatura Cabo-verdiana contemporânea. Agradável à leitura, não se propõe a uma leitura rápida, isto é apressada, mas ao prazer, à descoberta da dimensão estética da arte literária. Arte superior de contar que cabe aos leitores avaliar…
Fátima Fernandes, Prof,ª de Literatura Cabo-verdiana no ISE

DANIEL Euricles Rodrigues SPÍNOLA nasceu em Ribeira da Barca, concelho e freguesia de Santa Catarina da Ilha de Santiago de Cabo verde.
Cursou Língua e Literatura Portuguesa no Curso de Formação de Professores do Ensino Secundário da cidade da Praia, Cabo Verde, e Licenciou-se em Língua e Cultura Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Foi professor de língua e literatura portuguesa nos liceus da Praia, da Achada de Santo António, da Várzea e de Santa Catarina, tendo ainda leccionado na Faculdade de Línguas Estrangeiras da Universidade de Havana e na Guiné-Bissau aos voluntários do Corpo da Paz.
...
Foi membro fundador do Movimento Pró-Cultura, e da Associação de Escritores Cabo-verdianos (AEC), na qual teve a função de membro do conselho coordenador e responsável pelo Departamento de Actividades Culturais. É membro e Secretário Executivo da Sociedade Cabo-verdiana de Autores – SOCA.
Com colaboração dispersa em vários meios de informação e divulgação, nos domínios de prosa, poesia, ensaios, reportagens e entrevistas, já publicou nos jornais Voz di Povo, Tribuna, A semana, Novo Jornal e Jornal Horizonte, tendo sido director da revista Pré-Textos, da Associação dos Escritores Cabo-verdianos, e editor da revista Emigrason, do Instituto de Apoio aos Emigrantes e do Caderno Cultural do jornal Horizonte, para além de ter pertencido à direcção das revistas Seiva e Fragmentos.
...
Já publicou, de entre outros, os seguintes livros de referência: Lágrimas de Bronze, ficção, EA, Praia –1991 (3ª edição – 2006); Na Kantar di Sol, poesia, EA, Praia –1991; Adon y Éva, poemas, ICLD, Praia – 1999; Infinito Delírio, poemas, IBNL, Praia – 2002; Evocações, ensaios, IBNL, Praia – 2004; Vagens de Sol, poemas, IBNL – 2005; Lagoa Gémia, contos em crioulo, Spleen-edições, Praia – 2006 e Ámen Na Nha Xintidu, poemas em crioulo, EA, Praia – 2006.
Enquanto artista plástico, já expôs em Cabo Verde – Centro Cultural Francês, 1998; Palácio da Cultura, 2002 e 2006; Câmara Municipal da Praia, 2006; na Áustria: Afro-Asiatischen Institut Graz, 2003, Viena: Institut für Romanistik – Universität Wien, 2001; e Associação Amizade Áustria Brasil, 2004.
Foi distinguido pelo Governo de Cabo Verde, em 2005, com o 1º grau da Medalha de Mérito, em reconhecimento pelo seu especial mérito demonstrado no domínio da cultura; e em 2007 foi distinguido pela Câmara Municipal da Praia com uma medalha de mérito enquanto escritor.

Autor: Danny Spínola

Editor: Spleen-edições
Ano de edição: 2008

O PROCESSO DE HERMANO DE PINA


Subsídios para a história da fome e não só, em Cabo Verde

"O martírio maior eram ainda os socorros que chegavam tarde e sonegadamente. Só depois de declarada a fome é que "pintavam" os celebérrimos trabalhos de estrada de que nos fala o livro “Flagelados do Vento Leste” de Manuel Lopes, para os quais se despachavam os mais carenciados e debilitados, mal podendo manejar as enxadas e as picaretas.
.....

Foi, pois, num desses contextos horrorosos que Hermano de Pina foi acusado de criminosa negligência em 1942, na ilha do Fogo. A leitura da sua defesa elucidará o leitor à cerca da gravidade da situação em que então se vivia, da inépcia do governo face a tão magna calamidade e ainda da aleivosia asquerosa dos acusadores. O então Chefe de Serviços de Saúde, por dever do ofício, limitou-se a cumprir com o despacho do Governador, remetendo a respectiva nota da culpa ao arguido, retirada da queixa dos citados esbirros que quiseram encontrar um bode expiatório para o que se estava a passar. Auschwitz, Dachau, Bukenwald, não foram decerto piores campos de concentração do que a ilha do Fogo, em 1940-42."
Henrique Teixeira de Sousa

"Todas estas moléstias são por falta de alimentação ou melhor - FOME. Os doentes que apareciam por toda a parte eram os representados nas figuras do meu documentário fotográfico. Vossa Excelência poderá encontrar ainda vagueando pelas ruas da cidade e pelos sítios dos trabalhos públicos outros pobres desgraçados da laia dos que representam tais fotografias.
.....

Pois eram esses famintos que o meu acusador esbofeteava, chicoteava quando lhe aparecia a aura de impulsividade. Até que um belo dia bateu numa velhota de 76 anos, leprosa, que ripostou com uma cacetada na cabeça do meu Ilustre Acusador. Foi um escândalo! E valeu-lhe a fraqueza da velha lázara porque de contrário hoje já não existia! Toda a cidade de São Filipe, sabe deste facto."
In "O Processo de Hermano de Pina"

Autor: Hermano de Pina
Prefácio: Teixeira de Sousa
Organização : Arsénio de Pina

Editor : Ilhéu Editora, Cabo Verde
Ano de edição: 1992

(fonte: Carlota de Barros)

SONHO SONHADO


Feita uma leitura dos poemas de Carlota de Barros, "Sonho Sonhado", resolvi separá-los em grupos para melhor os poder apreciar.
Assim, os poemas de referência à terra natal, um grupo; os de sinal contra (anti-guerra), o outro; os de amor - mais abundantes em toda a obra - outro. Têm os poemas de acento natal, um eco, uma afeição, uma claridade, um apego, que só a"água do baptismo"pode dar. Fazem uma grande diferença entre"sentir"e "olhar". E porque há neles todo o mimo, o sonho, a candura, a prece da "menina de sua mãe", são hinos largados ao vento pelas searas, as vilas, as gentes de sua ilha:

"ouvi dizer
que o ar se veste de azul
porque a chuva
amou as ilhas perdidamente".......

Notícia enganadora. A constante, quase todos os anos, é a seca, a degradação, o abandono.
Daí o apelo:

"venham todos
que partiram
ergam os braços aos céus
por uma terra com brilho
levantem-se todos
por este sonho sonhado"


Convite heróico em prol do renascer da sofrida pátria caboverdiana!
Fica aqui um convite à leitura geral dos poemas de Carlota de Barros. Um campo fértil. De quantos eu tenho lido, poucos com tal marca!
Teobaldo Virgínio

Autora: Carlota de Barros

Editor: Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro
Colecção: Artes e Letras
Ano de edição: 2007
Patrocínios: ENAPOR, Tintas SITA, Casa ALVES - S. Nicolau

DE LETRA EM RISTE


Identidade, autonomia e outras questões nas literaturas de Angola, Cabo Verde, Moçambique e S. Tomé e Príncipe

- A recepção das Literaturas Africanas e o exemplo de Pão & Fonema, de Corsino Fortes

Autor: Pires Laranjeira

Editor: Edições Afrontamento
Colecção: Textos/21
Ano de edição: 1992

(Para consulta: Bibliotecas Municipais de Lisboa - Palácio Galveias)

REFLEXÕES E FACTOS DIVERSOS


"Mia Couto é, como confessa, moçambicano, filho de portugueses, nascido em pleno sistema colonial. Combateu pela independência, viveu mudanças radicais do socialismo ao capitalismo, da revolução à guerra civil. Como tivemos algumas vivências comuns e partilhamos, também, alguns pensamentos - ele biólogo, eu médico pediatra, ambos homens de ciência, encontramo-nos a cada passo. Por, questionar modelos de pensamento que aprisionam o mesmo olhar perante os desafios da actualidade e apresentar sugestões para a solução de bastas inquietações, irei partilhar convosco a leitura do livro (Pensamentos - textos de opinião), repicando algumas das suas preocupações e sugestões perfeitamente aplicáveis a Cabo Verde, embora em menor grau, com arranjos da minha lavra (dado que algumas dessas preocupações aparecem em artigos e épocas diferentes), sem alterar o sentido das mesmas, podendo algumas até ser encontradas nos meus livros.” …
In "Reflexões e Factos Diversos" Capítulo - Pensamentos e Preocupações Comuns

Autor: Arsénio de Pina

Editor: Autor, Mindelo
Ano de edição: 2007

(fonte: Carlota de Barros)

FI D’CADON!


"Torna-se imperioso, portanto, compreender melhor os adolescentes de hoje e estabelecer entre jovens e adultos um diálogo aberto. Têm, mais do que nunca, necessidade de adultos em quem possam confiar, sendo a sexualidade uma das questões que mais vezes apresentam e que podem comprometer o seu futuro. A adolescência é o longo caminho que prepara um, ou uma jovem, a assumir a sua liberdade, a sua vida de adulto. O que nos parece incontestável é que nós, os adultos, temos o dever, cada um do seu modo, de agir com eles, e para eles, visando permitir-lhes exercer, amanhã, as suas responsabilidade de adultos, e ser, hoje, adolescentes responsáveis."
In "Fi D'Cadon!"

Autor: Arsénio de Pina

Editor: Autor, Mindelo
Ano de edição: 1999

(fonte: Carlota de Barros)

EILEENÍSTICO


Contos e Crónicas

EILEEN ALMEIDA BARBOSA, nascida numa terça-feira de Carnaval, tem as suas raízes fincadas na ilha do Porto Grande e é a partir do Mindelo que emoldura a sua escrita. Aprendeu a gostar das letras ainda criança. No jardim-de-infância, ensaiava as suas primeiras palavras. Na escola primária e no Liceu, aprendeu a traduzir os desenhos em sinais datiloescritos e, inesperadamente, surgiram os seus primeiros contos e os seus primeiros poemas.

Com o livro Eileenístico, constituído por 48 belíssimos contos e crónicas, alguns embrulhados num aroma de sonhos floridos de uma menina da cidade, outros carregando a alma da cidade, a autora junta-se a um conjunto (ainda estreito) de vozes de jovens do pós‑independência. Em poucas palavras, ela apresenta-nos uma escrita cabo-verdianamente jovem e citadina.
Eurídice

Autora: Eileen Almeida Barbosa

Editor: Autora
Gráfica do Mindelo, Lda.
Ano de edição: 2007

(fonte: Eurídice Furtado Monteiro -
Blog: www.mulhercaboverdiana.blogspot.com)

A TERNURA DA ÁGUA


CARLOTA DE BARROS nasceu na Ilha do Fogo, "entre o fogo e tempestades salgadas", porque nasceu na cidade de S. Filipe, no sopé da ilha montanha, entre o vulto intimidante do vulcão e o mar sempre agitado de ondas altas que quebram em arco antes de banharem a praia negra da Fonte de Vila. A circunstância de ter nascido numa ilha, revisitada, crescida noutras, em mudanças sucessivas com a caravana familiar, terá certamente muito a ver com essa presença constante, obsessiva da água, de transparência e de fluidez das coisas, de seres e de sensações. O mar envolvente, intranquilo, em consonância constante com a alma do poeta parece reflectir as suas próprias inquietações e incertezas.
A temática do mar, que parece uma constante nos poetas das ilhas, mar simultaneamente prisão e fuga ou libertação, assume em Carlota de Barros uma dimensão quase pessoal, íntima, de união física.
Viriato de Barros

"dormi tranquila
com o rumor do mar
e sabor a sal
no ar quente da noite

me uni para sempre
à água
ao sol
à areia"

(in A Ternura da Água)

Autor: Carlota de Barros

Editor: autora
Ano de edição: 2001 (2ª ed.)

HISTÓRIA GERAL DE CABO VERDE


Volumes I e II

Corpo Documental

Depois de diligências oficiais imprescindíveis, coube ao Centro de Estudos de História e Cartografia Antiga (instituto de Investigação Científica Tropical) e à Direcção-Geral do Património Cultural de Cabo Verde o honroso encargo de preparar uma História Geral da República de Cabo Verde, com a colaboração de historiadores cabo-verdianos e portugueses. Não é esta a oportunidade para fazer o relato dos antecedentes que levaram o projecto à fase de concretização, iniciada em Janeiro de 1988, mas é sem dúvida o momento de explicar que no desenvolvimento do processo se veio a reconhecer a necessidade de publicitar o corpo documental em que os investigadores se apoiaram. Mais ainda: pensou-se que o conjunto da documentação utilizada devia ser colocado ao dispor dos interessados antes de se encontrar concluído o primeiro volume da História, pois está nos planos dos responsáveis pelo projecto submeter os textos nele integrados à crítica de historiadores alheios ao plano, de modo a aperfeiçoar até o limite do possível o trabalho em curso de execução.


Directores do Projecto: Luís de Albuquerque; Maria Emília Madeira Santos

Editor: Instituto de Investigação Científica Tropical – Lisboa; Direcção-Geral do Património Cultural de Cabo Verde
Ano de edição: 1988 e 1990

(Para consulta: Bibliotecas Municipais de Lisboa - Palácio Galveias)

BANA: UMA VIDA A CANTAR CABO VERDE


A diáspora tem muitas figuras brilhantes, todavia “Bana só há um!” - como se escuta em Cabo Verde.

É sem dúvida um dos mais exactos diapositivos da autenticidade crioula. Cada morna, para si, é um distinto de sentimentos, qual heterónimo variante das múltiplas fisionomias mestiças.

É o testemunho de uma época, do S. Vicente de "nôs tempe" e é inegável que por detrás do esforço do sorriso, se descortina a intenção de camuflar a saudade.

Autora: Raquel Ochoa

Editor: Editora Planeta Vivo
Ano de edição: 2008

(fonte: Editora Planeta Vivo )

PERDIDO DE VOLTA


Neste romance, aproveita o seu profundo conhecimento do imaginário viking e da filosofia zen, bem como a sua vivência em África e na Índia, para nos arrastar através de uma viagem alucinante entre o Fogo, Lisboa e Mumbai. Eis um romance capaz, como poucos, de abalar convicções e de destruir ideias feitas. Cruzam-se, nestas páginas, vidas muito diferentes: uma aeromoça, já não tão moça assim; um professor de português em África; um especialista em desenvolvimento; um dealer; um velho pedófilo. Num perturbador jogo de espelhos, todos eles se reencontram noutras vidas, noutros destinos, noutras geografias, vítimas do grande Maelström (o remoinho gigante das lendas escandinavas), que tudo suga e dispersa. Perdido de volta romance absolutamente original no panorama da literatura em língua portuguesa, anuncia um nome que importa fixar: Miguel Gullander.
José Eduardo Agualusa

MIGUEL GULLANDER é um jovem escritor português de origem sueca. Traduziu, do sueco para o português, as sagas viking, e, a partir do inglês, poesia zen. Foi professor de português na Ilha do Fogo, em Cabo Verde, e na capital de Moçambique, Maputo, estando actualmente a residir em Benguela, Angola, como docente da Universidade Agostinho Neto.

Autor: Miguel Gullander

Editor: Língua Geral (Brasil)
Colecção: Ponta de Lança
Ano de edição: 2007

(fonte: Língua Geral )

AMOR NA ILHA E OUTRAS PARAGENS


"Pura manifestação de machismo crioulo! Queres ouvir uma coisa? Às vezes penso que a minha geração foi deveras interessante e com ela transportámos coisas bem castiças.
Os homens da Ilha quando ligavam com estrangeiras apenas se contava se eram bonitas, feias, simpáticas, antipáticas ou então se saloias, se finas."
In "Amor na Ilha e outras Paragens"

Autora: Camila Mont-Rond

Editor: Edições - Artiletra
Ano de edição: 2001

(fonte: Carlota de Barros)

MAR - CAMINHO ADUBADO DE ESPERANÇA


(Contos)

Chegar e partir foram, desde sempre, o selo da formação do povo cabo-verdiano.O homem cabo-verdiano que transporta uma cultura bem sedimentada, é frequentemente confrontado com culturas diferentes, sente que é diferente, mas não abre mão das suas marcas identitárias. Ainda assim tem conseguido o compromisso possível entre as duas realidades: a sua e a do outro.A gestão desse binómio produz fenómenos de adaptação muito curiosos e dignos de estudo para a compreensão da nação global que hoje somos. Com o saber adquirido através dos muitos esquemas de sobrevivência que vai inventando, o homem crioulo, na Diáspora, é portador de uma criatividade espantosa, o nosso emigrante vai misturando as duas vivências, procurando o equilíbrio possível entre elas até criar um espaço de respeito, valorização e reconhecimento.É dessa saga anónima que saem os contos desta colectânea que a autora dedica a todos os emigrantes cabo-verdianos espalhados pelas sete partidas.Os contos em número de dez (10) perfazem um total de 150 páginas A4. Variam entre 6 a 18 páginas em que a autora ficciona a realidade da vida dos emigrantes tanto nos países de acolhimento como na sua terra natal, realçando os temas do amor à terra, alguma desagregação familiar, o desejo do regresso, a participação no desenvolvimento. Passam ainda a ideia de que aos poucos o cabo-verdiano vai-se habituando a realizar os seus sonhos na sua própria terra sem necessariamente ter que partir. Aprofunda todavia a ligação ao torrão natal para a grande maioria cuja vida tem raízes seguras nos países de acolhimento.Resumindo, estas histórias fundamentam-se no pressuposto de que a Nação Cabo-verdiana transborda das ilhas e se existe nestas pedras algo eterno que conforta a alma cabo-verdiana, nos emociona e nos projecta como homens e mulheres, então no coração simbólico das Ilhas há lugar para todos.

Autora: Fátima Bettencourt

Editor: Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro, Praia
Ano de edição: 2008

(fonte: blog FÁTIMA BETTENCOURT )

ULI-ME LI!


"A criança tem o direito de ser autodeterminada. A isto ripostamos que, se não for impedida de conservar as suas coisas, de correr na rua, de trepar às árvores, etc., correria o risco de se magoar. Mas, como é que nós, adultos, deixamos a criança viver em quartos ou num ambiente onde possa ferir-se? A falta é nossa e não dela, caso parta objectos."
.....
"Só há duas razões pelas quais não devemos conceder a uma criança todo o direito de decidir por ela própria: a possibilidade e o perigo que representa o ambiente em que vive e nós próprios, pois tratamo-la da mesma maneira que nos trataram quando éramos pequenos."
In "Uli-me Li!"

ARSÉNIO Daniel Fermino DE PINA, pediatra e médico de saúde pública aposentado dos Serviços de Saúde de Cabo Verde e da OMS.
Tem colaboração diversa de índole profissional, social e política em vários jornais, revistas nacionais e estrangeiras e vários livros publicados:"Uli-me li!" - Edição de Autor, Mindelo 1999; "Fi D Cadon!" - Ed.de Autor, Mindelo 1999; "Você Falou em Economia de Bazar?" - Ed. de Autor, Mindelo 2000; "Mania de Pensar" - Ed. de Autor, Mindelo 2001; "O Cérebro, Esse Orgão Perigoso" - Ed. de Autor, Mindelo 2002; "Coisas do Djunga!" - Ed. de Autor; "Quel Canapé de Tr3s Pé" - Ed. de Autor, Mindelo 2005; "Reflexões e Factos Diversos" - Ed. de Autor - Mindelo 2007.

Autor: Arsénio de Pina

Editor: Autor, Mindelo
Ano de edição: 1999

(fonte: Carlota de Barros)

A MINHA ALMA CORRE EM SILÊNCIO


A vida quando transposta para a poesia de Carlota de Barros não é apenas desgraça que se assume com imensa dor e uma infinita capacidade de a chorar. Não, a vida em muitos poemas da autora, é felicidade. É expressada na alegria de viver. É um desfrutar o outro numa imensa e deslumbrada conjugação, é utopia, é esperança e é sobretudo, comunhão. E a autora faz da vida um hino na sua poesia. Exalta os afectos da família, aliás sobre este ponto, Vera Duarte que lhe faz o prefácio deste livro, muito bem notou e ressaltou uma conseguida e feliz descrição, o que este precioso valor, a família, representa na simbologia poética de Carlota de Barros. E a propósito, o delicioso quadro da família à mesa, no movimentado poema:

Regresso a casa

"Todos os dias
regresso à casa
pai
tu e nós
alegremente
à volta da mesa
passa-me a travessa
Carlos
agora é a minha vez
há mais gente
para comer
Hernâni
passa-me o arroz”

Claro que o lado solidário do poeta faz-se também presente. Ele é-nos revelado na partilha, através da palavra poética, do imenso sofrimento que a enormidade das guerras fratricidas, trazem aos meninos de Luandae aos de Timor... Por outro lado, as ilhas são uma constante presença emquase todo este trabalho poético. De, e sob várias formas. Na saudade magoada revelada e que acompanha a autora no seu deambular cosmopolita, por outras terras que vai conhecendo e amando também, mas onde ela procura vestígios, traços, sinais, pequenas e por vezes subtis comparações, com a terra de origem. Mas também os cheiros, as cores, maresia olorosa, o azul, que preenchem a poesia de Carlota de Barros numa sinestesia projectada em fortíssima e belíssima imagética que completam harmoniosamente os quadros poéticos de "A Minha Alma Corre em Silêncio"
Ondina Ferreira

Autora: Carlota de Barros

Editor: autora
Ano de edição: 2003

CABO VERDE E S. TOMÉ E PRÍNCIPE


Educação e infra-estructuras como factores de desenvolvimento

Somos convidados nesta obra a seguir um interessante itinerário que começa pela elucidação da própria ideia de desenvolvimento, prosseguindo com tentativa de contribuir para responder a uma pergunta sempre presente em estudos desta natureza: Como avaliar os processos de desenvolvimento? Para os avaliar, estamos dotados de meios fiáveis para a sua aferição? Que indicadores utilizar? É possível quantificar os progressos do desenvolvimento humano e social? Podemos estar seguros de qual o sentido (na dupla acepção de significado e de direcção) desse mesmo progresso?

Autora: Manuela Cardoso

Editor: Afrontamento
Ano de edição: 2008

(fonte: FNAC )

SENTIMENTUS


Da-m kantinhu na bu vida
Nen si for imajináriu

Bus lábius
Ta rima
Ku beju…

Durmi na bus brasus
É korda nun paraizu
Undi sol é bus odjus
Mar é bu korpu
Y bu amor, nha alimentu

Nha vida
É palku
Undi bu podi rializa
Bus fantazias
Más íntimu

Ramiro Alberto Carvalho Silva (YMEZ) nasceu a12 de Setembro de 1978 na Vila de São Domingos, na ilha de Santiago, Cabo Verde. Aos 16 anos de idade, quando estudava o 11º ano no Liceu Domingos Ramos, na Cidade da Praia, teve de emigrar para os Estados Unidos da América, onde o pai vivia. Ali, no choque das culturas, começaram a surgir os primeiros versos, que mais tarde, após frequentar o Brockton High School e ter feito o curso de sociologia no prestigiado Bridgewater State College, viriam a dar corpo ao seu primeiro livro, Tchuba ka Ben, em 2000. Em 2003, o poeta YMEZ lança o seu segundo livro CRIOLA, que em poucos meses se esgotou. Em 2005 regressa a Cabo Verde, onde primeiro, dá aulas de inglês e trabalha no Corpo da Paz, para em 2007 começar a trabalhar com a editora Alfa-Comunicações. Agora dá à estampa mais um fruto da sua contemplação do mundo, num brotar fluído dos SENTIMENTUS de um jovem que luta para a transformação interna e da realidade cabo-verdiana.

Autor: YMEZ

Editor: Alfa Comunicações
Ano de edição: 2007

(Para consulta: Bibliotecas Municipais de Lisboa - Palácio Galveias)

O TEMPO DE B.LÉZA


Documentos e Memórias

B.Léza, um dos mais célebres compositores cabo-verdianos, só no poeta e também compositor Eugénio Tavares tem um equivalente em celebridade e permanência na memória colectiva cabo-verdiana. Como Eugénio, B.Léza “viveu de sua arte”, afirmou Baltasar Lopes da Silva ao microfone da Rádio Barlavento, por ocasião da morte do compositor.


Autora: Gláucia Nogueira

Editor: Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro, Praia
Colecção: Estudos e Pesquisas
Ano de edição: 2005

O MEU TIO JONAS


Novela Coboverdeana

O Meu Tio Jonas, agora em volume separado, vem mais completo. Revisto e parcialmente remodelado, toma o livro a sua feição definitiva. Assim, ganha o leitor e ganha o autor para quem a forma é a melhor maneira de merecer amigos e honrar a arte.
O Meu Tio Jonas é um livro de certa heroicidade caboverdiana do tempo em que os vivem nele não tinham um mínimo de favores da sorte nem dos homens.

Autor: Teobaldo Virginio

CHINHO E COLIXO


Romance

Prémio de Literatura Africana 2003, Instituto Marquês de Valle Flôr

SAMUEL GONÇALVES é natural da ilha do Fogo - Cabo Verde. Médico de profissão tem exercido a sua actividade em Cabo Verde e Angola, país onde se formou. Estreou-se há 4 anos no campo literário com o Romance Chinho e Colixo, que agora se publica, tendo ganho em ex-aequo o Prémio de Literatura Africana 2003, promovido pelo Instituto Marquês de Valle Flôr.

Autor: Samuel Gonçalves

Editor: Edições Colibri
Ano de edição: 2006
Colecção: Literatura e cultura africana

(Para consulta:Bibliotecas Municipais de Lisboa)

INFINITO DELÍRIO


Infinito Delírio está dividido em seis livros ou cadernos, e cada com um desses livros está dividido por sua vez em doze partes que é, simbolicamente, a medida de ouro, do Cosmos e da perfeição. O livro representa assim o universo e a sua complexidade, as manifestações cósmicas, o renascimento das coisas e a perspectiva do devir e de um certo paraíso geométrico (isto, na linha de alguns teóricos sobre a potência numérica). Os seis livros já estão em sintonia com o princípio dos antagonismos e do destino místicos; fonte de coisas temporais e intelectuais, da questão do bem e do mal, e, potencialmente, também, de uma tendência expansiva e perfeccionista.

Apesar da unicidade de estilo, no todo da obra, cada livro que a constitui possui a sua particularidade em termos formais, de linguagem e do modo de enunciação, para além dos aspectos temáticos e da essência dos conteúdos. Essencialmente imagético e metafórico, o livro possibilita uma multiplicidade de leitura, com algumas passagens próximas de um hermetismo redondo. Indo de questões ontológicas a questões metafísicas e existenciais, os poemas ressumam a indagações filosóficas e místicas. O mistério das coisas e dos desígnios é abordado de diversos ângulos.

É um livro prenhe de simbolismo que percorre a interioridade do homem, da vida, do mundo e do Cosmos; em busca do infinito?! Ou simplesmente dele se aproximando e convivendo?!
Em sintonia com as modernidades contemporâneas, Infinito Delírio é uma obra que atinge os sentimentos dos leitores de uma forma impulsiva e profunda pelo estetecismo dos versos e pela plasticidade das palavras e que exige, contudo, uma leitura atenta ponderada e analítica para se poder colher todo o seu manancial proverbial, profético, messiânico e sugestivo, devido ao seu discurso tecido de um jogo entre a luz e a sombra, o claro e o escuro, o revelado e o oculto.
É um livro para os sentidos, para ser apercebido e absorvido, pelo idealismo e musicalidade da sua escrita e pela sublimidade e fantasia do seu enunciado, às vezes idílico e lírico, às vezes etéreo, às vezes irreverente, às vezes pertinente, às vezes necessário, às vezes chã e exacta.

Autor: Danny Spínola

Editor: IBN
Ano de edição: 2002

NOTÍCIAS QUE FAZEM HISTÓRIA – A MÚSICA DE CABO VERDE PELA IMPRENSA AO LONGO DO SÉC. XX


O livro Notícias que Fazem a História - A música de Cabo Verde pela Imprensa ao longo do séc. XX, mostra aspectos da vida musical e cultural de Cabo Verde permitindo ao leitor percorrer diferentes temas e momentos, conhecer histórias, personagens, mentalidades, enfim, a evolução da vida cultural cabo-verdiana ao longo do século XX, chegando à primeira década do século XXI.
Resulta de pesquisa documental e de entrevistas realizadas pela autora ao longo de vários anos, seja no contexto da sua actividade profissional, ligada ao jornalismo cultural, seja no âmbito do seu projecto – que já leva uma década – de investigação sobre personagens da música cabo-verdiana.
Trata-se de uma colectânea de textos inéditos e outros adaptados, em alguns casos actualizados, da sua publicação original, que ocorreu entre 2002 e 2006, em órgãos de comunicação impressos e online.

GLÁUCIA NOGUEIRA, brasileira, jornalista, vive em Cabo Verde desde 2002. Foi em Lisboa, nos anos 90, que teve os seus primeiros contactos com a cultura e as gentes de Cabo Verde, na altura colaborando no “Novo Jornal Cabo Verde”.
A partir de meados da década de 90 inicia, valendo-se das ferramentas da sua profissão, uma investigação em profundidade e sistemática sobre a música cabo-verdiana, ao mesmo tempo que inicia os seus estudos na área da Antropologia.
Autora também de O Tempo de B.Leza – Documentos e Memórias (Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro, Praia, 2005) sobre a vida e obra do maior compositor cabo-verdiano de sempre.

Autora: Gláucia Nogueira

Ano de edição: 2007
Patrocínio: SEGURADORA GARANTIA

CABO VERDE - TRADIÇÃO E SABORES


A gastronomia encerra, nos ingredientes que a compõem, inumeráveis informações históricas, geográficas e sociológicas.
Cabo Verde, nação formada em quinhentos, na confluência das Rotas Atlânticas para as Américas, África e Oriente, vai servir de “estufa” a homens, animais e plantas.
A aclimatização necessária ao trânsito entre espaços diferentes vai proporcionar a absorção de alimentos e modos de os preparar, que vêm um pouco de todo o mundo.
Mas, como em todo o lado, em cada cadinho de arquipélago se desenvolvem iguarias específicas dos seus produtos e saberes dominantes.
A gastronomia é, se dúvida, para além de uma arte de preparação de iguarias e de bem comer, uma Embaixadora Cultural.
A obra “CABO VERDE – Tradição e Sabores” será um instrumento interessante ao serviço da divulgação da multifacetada culinária cabo-verdiana.
Onésimo Silveira, Embaixador

Autora: Yara dos Santos

Editor: Garrido dos Santos
Ano de edição: 2003

(Para consulta: Bibliotecas Municipais de Lisboa - Palácio Galveias)

AGRESTE MATÉRIA MUNDO


O livro de poemas de José Luís Tavares, "Agreste Matéria Mundo", foi galardoado com o mais importante prémio literário cabo-verdiano, o Prémio Jorge Barbosa, atribuído pela Associação de Escritores Cabo-Verdianos.

JOSÉ LUÍS TAVARES nasceu a 10 de Junho de 1967, no lugar de Chão Bom, concelho do Tarrafal, ilha de Santiago, Cabo Verde. Estudou literatura e filosofia. Tem colaboração em jornais e revistas de Cabo Verde, Portugal e Brasil. Pelo seu primeiro livro publicado, "Paraíso Apagado por um Trovão", recebeu o Prémio Mário António de Poesia 2004, atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian à melhor obra de autor africano de língua portuguesa e de Timor-Leste publicada no triénio 2001-2003.

Excerto da obra:
ET IN ARCADIA EGO
Lápides e torres. P'lo fumo
coalescendo em tua garganta
ou p'lo murmúrio do papagaioa
finando seu repertório de injúrias,
sabes que é manhã.[...]

Autor:José Luís Tavares

Editor: Campo das Letras
Colecção: Campo da Poesia
Ano de Edição: 2004

(fonte: Campo das Letras)

ASPECTOS POLÍTICO-SOCIAIS NA MÚSICA DE CABO VERDE DO SÉCULO XX


“Estamos perante um trabalho de cunho originalíssimo e que vale a pena ser lido.
(…) Alveno Óscar Pereira Figueiredo e Silva, num rasgo feliz de intuição, demonstra tacitamente que as nossas ilhas estão sempre presentes no palco da universalidade dos factos que tecem a história da humanidade, ainda muito antes do fenómeno formal da globalização.
Isso significa que, de há século, que afinal estamos globalizando e sendo globalizados, sem que pouquíssimos porventura hajam dado por tal.
(…) Talvez, no entanto, possamos afirmar que o cabo-verdiano, por ser ilhéu e situado na encruzilhada das rotas mais dinâmicas do planeta e não por dispor de suficientes recursos naturais disponível, haja sido o produto de uma incomparável hipertrofia, de que Alveno nos dá conta no livro que ora nos traz a lume. Por estar maioritáriamente diasporizadas, pelas quatro partidas do mundo, a nação cabo-verdiana transborda, de modo impressionante e mesmo incrível, o reduzido espaço territorial do arquipélago da sua própria gesta.
Daí a vocação universalista ou planetária da sua própria vivência, embora limitada pelo horizonte que o poeta Jorge Barbosa alega que nos limita sonhos e sufoca desejos, que, no entanto, a música liberta, num fenómeno quiçá único no planeta.
E a obra de Alveno é a evidenciação cristalina desse axioma, que, por o ser, não carece de qualquer processo de demonstração teoremática.”
Francisco St. Aubyn Mascarenhas

ALVENO ÓSCAR PEREIRA FIGUEIREDO E SILVA, nasceu na cidade da Praia, ilha de S. Tiago, a 8 de Agosto de 1996.
A infância e adolescência passou-se na ilha do sal, onde o pai trabalhou como funcionário das Alfândegas. Ainda jovem, entrou para a “Retransmissora do Sal”, onde tomou primeiro contacto com a comunicação social. Pouco tempo depois, em S. Vicente, passou a animar eventos culturais. Em 1987, ingressou como jornalista – apresentador na então TVEC que seria mais tarde transformada em TNCV (Televisão experimental / Nacional de Cabo Verde). É também autor de vários documentários sobre a música e história de Cabo Verde. Representou a televisão de Cabo Verde no Festival Prix Futura de Berlim, na Alemanha 1991. Na Holanda, foi coordenador das emissões da Rádio Voz de Cabo Verde – 1995.
Continua ligado à televisão estatal.

Autor: Alveno Figueiredo e Silva

Editor: Centro Cultural Português – Praia-Mindelo
Colecção: “História da Música em Cabo Verde”
Ano de edição: 2003

(Para consulta: Fonoteca Municipal de Lisboa )

A MEMÓRIA EDUCATIVA RECUPERADA NO CABO VERDE BOLETIM


A obra reproduz a investigação centrada na reconstrução da memória educativa em Cabo Verde no período de 1949 a 1964, com base na documentação recolhida no Cabo Verde Boletim, denominado, de 1949 a 1962, Boletim de Propaganda e Informação e, de 1962 a 1964, Boletim Documental e de Cultura.
Em 2006, foi distinguida com o Prémio Sena Barcelos, instituído pela Associação de Escritores Cabo-verdianos e pelo Instituto Camões - CCP, que efectua a sua edição.

ADRIANA CARVALHO é Mestre em Ciências da Educação pela Faculdade de Pasicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa. Frequenta, actualmente, o curso de Doutoramento em Ciências da Educação da mesma Universidade. Desempenhou vários cargos técnicos e de direcção em serviços e projectos do Ministério da Educação de Cabo Verde. Foi Directora da Escola de Formação de Professores do Ensino Secundário, Presidente do Instituto Pedagógico e Pró-Reitora da Universidade Jean Piaget de Cabo Verde. É autora de manuais escolares de História e Ciências Integradas e de obras ligadas à Educação.

Autora: Maria Adriana Sousa Carvalho

Editor: Instituto Camões - Centro Cultural Português
Ano de edição: 2007

ÁFRICA 30 ANOS DEPOIS


ANGOLA / CABO VERDE /
GUINÉ-BISSAU / MOÇAMBIQUE /
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

REPORTAGENS - MEMÓRIAS -

MAPAS - FOTOGRAFIAS

“A VISÂO assinala, com a publicação deste álbum, o 30º aniversário da independência dos países africanos de expressão oficial portuguesa.
Trata-se de uma iniciativa jornalística de grande envergadura, para cuja concretização não foram poupados esforços.
O primeiro dos objectivos que nos nortearam foi dar a conhecer a situação actualmente vivida – nas mais diversas vertentes – nessas antigas colónias, tão familiares aos muitos milhares de portugueses que lá viveram e pátrias de tantas pessoas que actualmente moram e trabalham em Portugal.”

Editor: VISÃO
Ano de edição: 2005

COZINHA TRADICIONAL DE CABO VERDE


A maior parte das ilhas de Cabo Verde são montanhosas e de origem vulcânica. Com tais características, agravadas pelos ventos quentes e secos provenientes de África e pela escassa pluviosidade, encontramos um solo pouco produtivo. Mas o trabalho e o esforço dos cabo-verdianos tem-lhes permitido tirar partido de algumas culturas, tais como o milho, a mandioca e a cana-de-açúcar. Bananas e certos frutos tropicais também fazem parte dos seus recursos. Utilizam por vezes a carne em salga, sendo a base da alimentação o milho, o feijão e a mandioca.
Este povo, apesar das adversidades e das inúmeras dificuldades que enfrenta, é orgulhoso da sua cultura, e isso reflecte-se, também, na gastronomia, rica e inventiva.

Canja de Lagosta # Sarapatel
Bife de Atum # Inhame Refogado
Cachupa de Peixe # Aranha de Coco
Arroz de “Porchave” # Suspiros de “Mancarra”

Autora: Maria Teresa Lyon de Castro

Editor: Publicações Europa-América
Colecção: Cozinha Tradicional
Ano de edição: 2003

(Para consulta: Bibliotecas Municipais de Lisboa – Palácio Galveias)

TARRAFAL, MEU AMOR VERDEANO!


Nesta sua obra, GABRIEL RAIMUNDO fornece-nos inúmeras provas de quão vasto é o Tarrafal, pleno de dimensões e de realidades que devemos conhecer, pleno de intensa e humana vivência que supera a dolorosa carga a que o fascismo o remeteu. Por isso, entendeu a Câmara Municipal da Amadora associar-se à publicação deste trabalho, contributo de valor para uma cada vez mais necessária aproximação entre os povos e as culturas.
Fernando Teixeira Pereira

Autor: Gabriel Raimundo

Editor: AQUEDUTO
Colecção: Veredas
Ano de edição: 1993
Patrocínio: Câmara Municipal da Amadora

(Para consulta: Bibliotecas Municipais de Lisboa – Palácio Galveias)

CESÁRIA ÉVORA


Biografia Autorizada

“Chamam-me a embaixatriz da música de Cabo Verde e da música africana, rainha das mornas, diva dos pés descalços. Também já me chamaram “grogue velho” e “vinho do Porto”. Dizem que é por cantar cada vez melhor. Deve ser por isso que em França escrevem que eu lembro a Edith Piaf, em Portugal já me perguntaram se eu me considerava a Amália Rodrigues de Cabo Verde, os que gostam de jazz sempre falam de Billie Holiday, e até já me mostraram um jornal onde estava escrito que eu era a “Bessie Smith dos Trópicos”.”

JOSÉ MANUEL SIMÕES é licenciado em Jornalismo Internacional, professor de Fotojornalismo na Escola Superior de Jornalismo do Porto e jornalista da secção de cultura e espectáculos de Jornal de Notícias.

Autor: José Manuel Simões
Fotografias de José Simões e Jacek

Editor: Francisco Lyon de Castro – Publicações Europa-América
Colecção: Platina
Ano de edição: 1997

(Para consulta: Fonoteca Municipal de Lisboa e BLx – Palácio Galveias)

ENSAIO E MEMÓRIAS ECONÓMICAS SOBRE AS ILHAS DE CABO VERDE (SÉCULO XVIII)


“Ensaio político sobre as ilhas de Cabo Verde para servir de plano à história filosófica das mesmas; e memórias sobre a Urzela de Cabo Verde e sobre a fábrica Real do Anil na Ilha de Santo Antão”.

Autor: João da Silva Feijó
Apresentação e comentários: António Carreira

Editor: Instituto Caboverdiano do Livro
Colecção: Estudos e Ensaios - 1
Ano de edição: 1986

(Para consulta: Bibliotecas Municipais de Oeiras )

CABO VERDE NA ROTA DOS NAUFRÁGIOS


EMANUEL CHARLES D’OLIVEIRA nasceu na cidade capital do Senegal, situada na quase ilha do Cabo Verde, cabo que era e ainda é verde, contrariamente às ilhas a que deu o nome que de verde só o nome têm ou que só o são quando chove.
Nela porém, apenas fez o ensino primário, tendo feito a escola secundária na Praia e os estudos superiores nas cidades de Moscovo e Porto. Na primeira, licenciou-se em Cultura Física e Desporto, tendo ainda obtido um mestrado em Ciências Pedagógicas, nessa mesma grande cidade capital da Rússia. Na segunda, obteve também um mestrado em Ciência do Desporto.
No entanto, a sua costela inquieta ou os seus propósitos e ambições profissionais levaram-no a também frequentar cursos de mergulho comercial e recreativo nos EUA, com percurso pela Florida, New Jersey e Massachusetts, detalhe biográfico que faz sentido para quem, como ele, já se formara em Moscovo, como treinador de natação. Em Cabo Verde, dirigiu o Departamento do Desporto da AAC-CV, foi professor de Educação Física, Director Geral do Desporto, fiscal do Governo no projecto de pesquisa arqueológica “Arqueonautas”, exercendo, de novo, na hora presente, a profissão de professor de Educação Física.
Activista desportivo, tem por hábito e gosto envolver-se em projectos da área em que se formou, com gosto acentuado pelo mergulho e actividades marítimas, conexas.
Falta dizer, e é por aqui que devia ter começado esta notícia biográfica, que nasceu no ano de graça de mil novecentos e cinquenta e oito, estando pois na faixa etária pós-balzaquiana dos que ainda não atingiram meio século de idade.
Espírito curioso, indagativo e rigoroso, pendor natural e/ou adquirido que se manifestou com pertinência enquanto fiscal do Governo, como tive a ocasião de constatar na qualidade de presidente do INAC, organismo estatal responsável pelo património cultural, Emanuel T. Charles estava quase fadado, após a sua passagem por “Arqueonautas”, a escrever esta obra pioneira e rica de interesse histórico-cultural, como se pode constatar, mesmo numa leitura em diagonal, não obstante as suas experiências profissionais básicas não se situarem nas áreas da história ou das letras, sendo talvez esta uma das razões que explicam o estilo tão particular desta historia trágico-marítima, numa língua enxuta, informativa e reduzida ao essencial e que, sem flores de retórica nem arabescos exóticos consegue no entanto transmitir com vivido colorido os ambientes, as peripécias e os dramas por que passaram os actores destas aventuras pelos mares que percorreram sendo o das ilhas de Cabo Verde o do seu derradeiro e funesto término.
Mário A. Fonseca

Autor: Emanuel Charles D’Oliveira
Prefácio: António Correia e Silva

Patrocínio: CAIXA ECONOMICA DE CABO VERDE

LITERATURA AFRICANA, LITERATURA NECESSÁRIA


II – MOÇAMBIQUE, CABO VERDE, GUINÉ-BISSAU, SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

A independência das ex-colónias portuguesas em África levou o prof. Hamilton a refundir o seu estudo de conjunto sobre as literaturas africanas de expressão portuguesa que, em plena repressão colonial, exprimiam já a consciência nacional dos respectivos povos.
Resultou assim uma obra profundamente diversa da primeira versão, publicada em língua inglesa, tomando já em conta a produção literária do período pós-independência em Angola, Moçambique, S. Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Cabo Verde.

CABO VERDE

- As origens de uma sociedade crioula
- As origens de uma literatura sui generis
- A poesia moderna e uma nova poesia
- A preeminência da narrativa caboverdiana
- A literatura pouco antes e pouco depois da independência

Autor: Russel G. Hamilton

Editor: Edições 70
Colecção: Biblioteca de Estudos Africanos
Ano de edição: 1984

(fonte: Bibliotecas Municipais de Lisboa - Orlando Ribeiro)

PINOK E BALEOTE


De Tamarindo, ilha imaginária de Cabo Verde, chega-nos a história de Pinok, um menino crioulo com fama de muito mentiroso. O relato de uma amizade entre homens e animais que acaba por salvar a ilha, semeando solidariedade. Em jeito de contador de histórias, Miguel Horta leva-nos através da atmosfera das ilhas, fazendo-nos sentir a cultura crioula.

Autor: Miguel Horta

Editor: Pé de Página Editores
Ano de edição: 2006

(Para consulta: Bibliotecas Municipais de Lisboa - Orlando Ribeiro)

ILDO LOBO


A Voz Crioula

Impressionava… a sua humildade, apesar da consciência do lugar que lhe cabia no panorama da música cabo-verdiana…. A justificação que ele dava para essa disponibilidade é que ele se achava um cantador e não um cantor, distinção que ele nunca esclarecia mas que arrisco a traduzir como de alguém que, para além do gosto, sentia a missão de cantar para o seu povo.
As boas qualidades humanas terão servido para ampliar, ainda mais a simpatia do povo cabo-verdiano, que, pela certa, se sentirá orgulhoso e grato por esse ilustre filho da terra que muito contribuiu para o seu engrandecimento. A impressionante multidão de gente conhecida e anónima que se juntou para o acompanhar à última morada e as muitas homenagens que se lhe vem prestando desde o seu desaparecimento físico, são prova disso mesmo.
Adalberto Silva (Betú)

YARA DOS SANTOS iniciou a sua carreira literária em 2002, com a publicação em Portugal e Cabo Verde, do livro “Força de Mulher”, seguido de “Cabo Verde: Tradição e Sabores”, em 2003. Licenciada em Comunicação Empresarial e pós-graduada em Marketing Político, Assessoria de Imprensa e Protocolo, trabalha actualmente no Instituto Nacional de Estatística.

Autora: Yara dos Santos

Editor: SeteCaminhos, Produções Editoriais
Ano de edição: 2006

(fonte: SeteCaminhos, Produções Editoriais)

ANTOLOGIA TEMÁTICA DE POESIA AFRICANA 1


NA NOITE GRÁVIDA DE PUNHAIS

Cabo Verde / São Tomé e Príncipe
Guiné / Angola / Moçambique


A poesia africana de escrita portuguesa e crioula, sob o condicionamento da dominação colonialista, articula-se intimamente ao movimento de libertação nacional. Ela ritma o longo combate: negar a negação e realizar a emergência histórica dos povos. Utilizando o privilégio de serem investidos do verbo, os poetas da noite grávida de punhais exprimiram, até às suas derradeiras consequências, os sentimentos informulados que agitavam as massas, dominaram os elementos culturais de afirmação nacional através do grito, do canto e do apelo.
Autor de vários ensaios de carácter político e literário, Mário de Andrade, actualizando as suas obras anteriores, apresenta-nos o primeiro tomo de uma antologia de poesia africana que privilegia os temas, mas considera também as particularidades geográficas e a ordem cronológica.

Autor: Mário de Andrade

Editor: Instituto Caboverdiano do Livro
Ano de edição: 1980 (3ª)

(fonte: Bibliotecas Municipais de Lisboa – Palácio Galveias)